O DESTINO DOS BENS DIGITAIS PÓS-MORTE: UMA ANÁLISE DAS DECISÕES DE SEGUNDA INSTÂNCIA DOS TRIBUNAIS BRASILEIROS
DOI:
https://doi.org/10.17564/2316-381X.2025v10n2p279-291Resumo
RESUMO: A presente pesquisa tem como objetivo abordar o tema da destinação dos bens digitais pós-morte, analisando decisões de segunda instância dos tribunais brasileiros, através de pesquisa nas plataformas de jurisprudência dos Tribunais de Justiça do Brasil, empregando palavras-chave como "herança digital", "memória digital" e "redes sociais". Embora a busca tenha localizado 717 decisões, apenas 09 estavam efetivamente relacionadas à transmissão de bens digitais após a morte. Os resultados revelam que os tribunais apresentam entendimentos conflitantes sobre o tema, evidenciando lacunas interpretativas e a ausência de regulamentação específica. Identificou-se um predomínio de litígios envolvendo bens digitais existenciais, como perfis em redes sociais, fotos e vídeos, enquanto a herança de bens patrimoniais digitais ainda não se demonstra explorada, evidenciando que tais bens encontram-se sem destinação. Logo, o estudo conclui que é indispensável uma legislação clara que regule a sucessão de bens digitais no Brasil, possibilitando o direito de herdar, bens patrimoniais e existenciais, mas também preservando o direito à imagem e privacidade da pessoa falecida.
Palavras-chave: Herança Digital; Processo Judicial; Ausência legislativa.