ESTADO LIBERAL, URBANIZAÇÃO E CRISE ECOLÓGICA: CONEXÕES ENTRE A ESCOLA DE CHICAGO E A CRIMINOLOGIA VERDE
CONNECTIONS BETWEEN THE CHICAGO SCHOOL AND GREEN CRIMINOLOGY
DOI:
https://doi.org/10.17564/2316-381X.2025v10n2p369-387Resumo
O presente estudo investiga a relação entre o Estado liberal, os processos de urbanização e a crise ecológica, a partir de uma análise que articula os fundamentos teóricos da Escola de Chicago com a perspectiva crítica da Criminologia Verde. Parte-se da hipótese de que o modelo de Estado liberal, ao privilegiar a liberdade individual e a mínima intervenção estatal, mostrou-se incapaz de enfrentar as desigualdades socioespaciais e os efeitos da degradação ambiental nos centros urbanos. A Escola de Chicago, com sua ênfase na ecologia humana e na desorganização social, ofereceu instrumentos relevantes para a compreensão das dinâmicas urbanas, mas permaneceu ancorada em uma epistemologia do consenso. Ao integrar as contribuições da Criminologia Crítica e da justiça climática, este trabalho propõe uma interpretação contemporânea dessas categorias, evidenciando como a degradação ecológica pode caracterizar causa ou consequência da violência estrutural e seletiva. Conclui-se que a criminologia, enquanto campo teórico e político, deve incorporar as dimensões ambientais na análise da criminalidade urbana, contribuindo para a construção de políticas públicas voltadas à justiça socioambiental. Utilizou-se, portanto, o raciocínio indutivo, ancorado nos métodos de procedimento descritivo e exploratório, com utilização exclusiva da técnica de revisão bibliográfica, o que caracteriza o estudo eminentemente teórico.