PRÁTICAS DO ABORTAMENTO INSEGURO NA PERSPECTIVA DA MULHER AMAZÔNIDA: “JÁ CHAMARAM A POLÍCIA?”

Autores/as

  • Deilly Maria Alves Caresto Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
  • Jéssica Magaly da Silva Ferreira Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
  • Munique Therense
  • Rayana Gonçalves de Brito ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA
  • Sâmia Feitosa Miguez
  • André Luiz Machado das Neves

DOI:

https://doi.org/10.17564/2316-3801.2023v10n1p303-316

Resumen

O aborto é um grave problema de saúde pública no Brasil com registros anuais em média de 230 mil internações no Sistema Único de Saúde. São recorrentes os relatos de discriminação, ameaças, julgamento e violação da privacidade nas maternidades. O objetivo do estudo foi compreender a percepção da mulher no processo de abortamento inseguro na assistência da equipe de saúde em uma maternidade pública de referência em Manaus-AM. Trata-se de um relato de caso único, qualitativo e descritivo, por meio de entrevista via Google Meet. A participante foi uma mulher, 26 anos, preta, baixa renda que passou pelo processo de abortamento inseguro e buscou cuidados em uma maternidade pública de Manaus-AM. Foram utilizados os seguintes instrumentos: roteiro semiestruturado e um gravador de voz. Os dados foram avaliados através da análise de discurso de Michel Pêcheux. Foi constatado que os sentimentos registrados demonstraram a vulnerabilidade física e psicológica da mulher no contexto do abortamento inseguro. As condutas dos profissionais foram percebidas como inadequadas, discriminatórias e desumanizadas. A assistência de qualidade deve ofertar ambiência, acolhimento, manejo correto da dor, diálogo e orientação em prol da saúde sexual e reprodutiva. Essa percepção negativa corrobora com elementos que sinalizam a repetição do padrão de atendimento inadequado encontrado em outras regiões do país. Portanto, recomenda-se que é necessário um amplo debate sobre a oferta de uma assistência humanizada que atenda integralmente as necessidades e direitos da mulher amazônida no processo de abortamento.

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Biografía del autor/a

Deilly Maria Alves Caresto, Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

Graduanda em Enfermagem pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. 

Jéssica Magaly da Silva Ferreira, Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

Psicóloga; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Amazonas – UEA. 

Munique Therense

Psicóloga; Doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social - IMS da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ; Docente do PPG em Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Amazonas - PPGSC/UEA; Vice coordenadora do Núcleo de Estudos Psicossociais sobre Direitos Humanos e Saúde - NEPDS/UEA. 

Rayana Gonçalves de Brito, ILMD/FIOCRUZ AMAZÔNIA

Enfermeira; Doutoranda do Curso de Saúde Pública na Amazônia – ILMD/FIOCRUZ/AM; Mestre em Biociências – UFOPA.

Sâmia Feitosa Miguez

Cientista Social; Doutora em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM; Docente da Universidade do Estado do Amazonas – UEA; Coordenadora Institucional do Doutorado em Saúde Pública na Amazônia – ILMD/FIOCRUZ - AM.

André Luiz Machado das Neves

Psicólogo; Doutor em Saúde Coletiva – UERJ; Docente da Universidade do Estado do Amazonas – UEA; Coordenador de mestrado no PPG em Saúde Coletiva/PPGSC. 

Publicado

2023-07-06

Cómo citar

Alves Caresto, D. M., da Silva Ferreira, J. M., Therense, M. ., Gonçalves de Brito, R., Feitosa Miguez, S. ., & Luiz Machado das Neves, A. . (2023). PRÁTICAS DO ABORTAMENTO INSEGURO NA PERSPECTIVA DA MULHER AMAZÔNIDA: “JÁ CHAMARAM A POLÍCIA?”. Interfaces Científicas - Humanas E Sociais, 10(1), 303–316. https://doi.org/10.17564/2316-3801.2023v10n1p303-316