O CONCEITO DE ALTERIDADE SEGUNDO EMMANUEL LÉVINAS
DOI:
https://doi.org/10.17564/2316-3801.2024v12n2p412-425Resumen
A partir do século 20, as experiências de regimes totalitários e movimentos sociais mobilizaram o debate sobre a alteridade (a relação entre o eu e o outro). Além disso, vivemos atualmente em uma sociedade que valoriza a própria imagem principalmente em detrimento da convivência com as diferenças humanas. Nesse contexto, recorremos às ideias do filósofo franco-lituano Emmanuel Lévinas (1906-1995), um dos principais filósofos contemporâneos, para abordar a questão da alteridade. No entanto, mesmo comentaristas favoráveis a esse autor têm dificuldade de compreensão. Por essa razão, este artigo busca elucidar a concepção de alteridade presente no pensamento levinasiano. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa durante o segundo semestre de 2023, utilizando como material obras de Lévinas e entrevistas concedidas por ele. O texto foi dividido em três seções de desenvolvimento. A primeira seção explica o significado do termo alteridade e sua evolução ao longo da história da filosofia. A segunda seção trata das inspirações históricas e filosóficas de Lévinas. E o terceiro destaca cinco dos principais argumentos do autor para defender a ideia de alteridade: 1) a alteridade é, para Lévinas, a possibilidade de ser absolutamente outro. 2) materializa-se na relação face a face; 3) evoca em nós a ideia de infinito; e justamente por evocar a ideia de infinito, 4) opõe-se a qualquer tipo de totalidade; 5) Com efeito, exige que sejamos eticamente responsáveis pelos outros.