MULHER, RAÇA E CLASSE: O ENCARCERAMENTO EM MASSA DE MULHERES MULAS ENQUANTO UM ASPECTO NECROPOLÍTICO
DOI:
https://doi.org/10.17564/2316-381X.2025v10n2p253-265Resumo
O presente trabalho discute sobre o encarceramento em massa de mulheres mulas, a partir de uma perspectiva necropolítica, a partir dos marcadores de gênero, raça e classe, para pensarmos a dimensionalidade da colonização e da segregação no contexto prisional. Metodologicamente, a pesquisa está articulada através do método dialético, com abordagem qualitativa, pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva e conta com a análise de conteúdo. Para consolidar o aporte teórico, contamos com a contribuição de autoras e autores como Davis, Mbembe, Butler e Pires, que contribuíram para alinharmos a discussão sobre o lugar da mulher mula presa, pensando as dinâmicas de gênero, raça e classe, a partir de um processo necropolítico que seleciona vidas humanas que devem morrer e que devem permanecer vivas, bem como de que modo esse processo deve ocorrer. Assim, é importante destacar, ainda, como se operam as balizas classistas, racistas e colonialistas, para que o encarceramento em massa ocorra e seja reificado a partir de uma política antidrogas, instalada na sociedade ocidental, de modo que possamos identificar um processo de marginalização social e política, a partir do poder soberano de matar, que pertence ao Estado.
Palavras-chave: Gênero. Raça. Classe.