PRÁTICAS MEDITATIVAS E EDUCAÇÃO NÃO FORMAL: FORMAÇÃO PARA O ESCAPISMO OU PARA A IMPLICAÇÃO SOCIAL?
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https://doi.org/10.17564/2316-3828.2025v13n1p322-336Palavras-chave:
. Educação, Modernidade., Letramento DecolonialPublicado
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O artigo toma como problemática a possibilidade da prática meditativa proporcionar ou não aos meditadores condições de buscarem e de desenvolverem uma transformação cultural por meio de um posicionamento e implicação social. Visa identificar e analisar os processos e práticas da meditação no campo da Educação não formal, bem como projetos formativos de pessoa e de sociedade contidos nas propostas. Insere-se na abordagem qualitativa, do tipo participante, de objetivos descritivo e analítico. Os procedimentos para construção de dados contam com o diário de campo e entrevistas com 5 participantes selecionados por meio da técnica bola de neve, com uso de roteiro semiestruturado, gravação em áudio e transcrição. O referencial teórico baseia-se em autoras(es) decoloniais e do campo da educação não formal. Os dados levantados se alinham à dimensão social da educação na medida em que buscam focar na socialização, solidariedade, preocupação com a mudança social e formação das pessoas em seus espaços sociais, por meio de exercícios da meditação. Conclui-se que a meditação como prática educativa no campo da Educação não formal opera por meio do acesso a um emocionar outro, que articula mudança nos aspectos culturais. Contudo, necessita-se do que Walsh (2013) chama de ação-reflexão-ação para poder ultrapassar a modernidade e a colonialidade. Assim, juntando os espaços potencialmente educadores com o engajamento coletivo das intervenções, abrem-se gretas nos muros dos discursos e ações do sistema hegemônico capitalista, moderno, colonial, heteronormativo e antropocêntrico.
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